Não existe um marco oficial para o surgimento do marketing. Mas podemos dizer que ele existe ― ainda não como um campo do conhecimento, mas na prática do dia a dia ― desde que as pessoas trocam mercadorias entre si. O marketing já acontecia desde as primeiras civilizações. Mas é no fim da Idade Média e início do Renascimento Urbano e Comercial (por volta do século XV) que as cidades começam a crescer e consolidar as práticas comerciais. tarde, no século XVIII, a Revolução Industrial começou a transformar radicalmente a sociedade, a economia e os modos de viver na cidade. Com o surgimento das fábricas, começam a aparecer também algumas teorias e métodos de administração de empresas, em busca de maior eficiência e produtividade. A partir desse momento, com uma alta produção, o desafio era encontrar demanda pelos produtos. Assim, começam a ser desenvolvidas as práticas de vendas e de distribuição ― e aí começamos a entrar propriamente na arte do marketing. Mas é somente no século XX, com a sequência da Revolução Industrial e a consolidação da economia de mercado, que o marketing se firma. A alta da concorrência, a demanda por novos produtos e o crescimento das cidades trouxeram a necessidade de estabelecer uma relação entre produtores e compradores, que estimulasse a demanda pelos produtos de uma empresa. E foi nessa época, início do século XX, que o marketing foi se constituindo como uma disciplina e sugiram os primeiros cursos por correspondência e presenciais em universidades de renome, como a Universidade de Nova York, de acordo com os estudos de Paul D. Converse (1945).Mas é preciso se colocar naquela época: tudo ainda era muito novo. Por isso, o marketing também não tinha ainda a visão que tem hoje, de conhecer o público, segmentar o mercado e satisfazer necessidades. A intenção era só vender mesmo! Nesse contexto, muitas práticas maliciosas foram adotadas para ludibriar os consumidores, que acabavam comprando “gato por lebre”. E isso gerou uma imagem negativa sobre o que é marketing. Nessa época, alguns estudiosos começaram também a analisar o efeito do marketing e da propaganda. Walter Dill Scott, por exemplo, estudou a psicologia aplicada à propaganda e seu caráter persuasivo (até hipnótico). Ele desenvolveu estratégias de publicidade que foram largamente usadas pelas empresas no início do século. Foi somente depois, com o amadurecimento dos consumidores, que as empresas começaram a se preocupar com a satisfação dos consumidores. Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, é um dos autores que direciona o foco da gestão empresarial para as pessoas, o que já demonstra que as empresas não devem “vender a qualquer custo”. Philip Kotler, a maior referência do marketing atual, segue nessa linha. Em 1967, ele lança o seu clássico “Administração de Marketing”, que coloca essa área como ponto central e vital para as empresas. Elas deveriam ser orientadas para o cliente e para o mercado, não apenas olhar para a sua própria produção. É com essa mentalidade, então, que surge o marketing como concebemos hoje. A partir daí, o consumidor se torna o centro das atenções. Mas o próprio Kotler ressalta que o marketing não para: ele está em constante evolução, porque acompanha as mudanças de comportamento da sociedade. E, se a tecnologia está cada vez mais aumentando a velocidade das mudanças, dá para imaginar que o ritmo do marketing também está cada vez mais acelerado.
Fonte:Blog Rockcontent